O Brilho da Palavra

O Brilho da Palavra

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

  Livreto Virtual (Parte 4)

"TUDO DE MIM E UM POUCO DE TUDO"

  A TERRA É AZUL

  Eu estava deitada ainda, mas o sol já havia aparecido na janela do quarto, eu queria permanecer ali, descansando meu corpo, mas o calor e a luz eram incômodos, já às 6 ou 7 horas da manhã.
  De olhos fechados, eu sentia o suor, grudado como cola, em minha pele, os mosquitos zuniam em meu ouvido, rodando em volta de mais uma vitima.
Eles rodavam e rodavam, sem saber ao certo onde picar, pois havia sobrado muito pouco em minha pele que ainda não tinha sido picado por eles.
  Eu estava cansada. Sentia-me flutuando na marola do oceano, indo e voltando com as ondas e suas espumas brancas.
  Cansada. Mas meu companheiro, o oceano, não se cansa de marear os pescadores, não se cansa de esconder peixes em seu vai e vem, o mar nunca se cansa de seu movimento.
  Suas águas banham a Terra inteira. A Terra é dividida por suas águas, mas elas estão unidas numa só, sobre a face da Terra.
  Elas mudam de nome, dependendo do pedaço de terra que ela banha, mas elas jamais são separadas, estão constantemente conectadas, unidas.
  "A Terra é Azul!"- Anunciou Yuri Gagarin, quando visitou os céus, em sua nave espacial. As águas do Oceano Índico, por exemplo, são as mesmas águas do Oceano Pacífico. A água percorre toda Terra. Ela carrega histórias e contos de todos os povos. Chega em todos os cantos da Terra, sem ter que se despedir de nenhum deles.  
  Seus braços alcançam todas as terras, ao mesmo tempo. Somos alguns aglomerados de densas terras, cercados pela MESMA água.
  A divisão de tudo não passa de ilusão, de convenção. Pois quem olha lá de cima, tudo o que  pode ver, é a cola que nos une: "A Terra é Azul!" ÁGUA.
  Estamos mais unidos do que podemos compreender. Somos mais irmãos do que podemos imaginar. Somos pedacinhos da mesma Obra Prima.

CORES DISTINTAS NA MESMA TELA 

  Divisões, ou discussões vazias são tão absurdas quanto o fato da cor amarela se pronunciar separada da cor vermelha, numa pintura do pôr-do-sol.
  Ambas as cores participam ativamente da mesma cena. São irmãs em seus objetivos. São "parceiras de Tela." E embora cada uma possua uma constituição única, ambas fazem parte da mesma cena, da mesma pintura. Ambas são uma só Obra. Ambas estão aninhadas nas gigantescas Mãos do Criador. Todas estão comigo - diz o Senhor.

DESPERTA, TU QUE DORMES

  A luz amarelada que entrava pela janela, tentava, de toda forma, me tirar daquela cama. E talvez os mosquitos tivessem conseguido me carregar dali, se eu continuasse deitada por mais um tempo!
  Fui sendo despertada, aos poucos, pelas vozes no refeitório. Eles já haviam se arrumado, estavam despertos, preparando-se para receber o alimento que os fortaleceria durante toda a longa e quente manhã. Estavam de pé. E suas vozes e passos despertavam os poucos, que ainda permaneciam em sono, até aquele momento.
  As vozes dos que já despertaram e estão se alimentando, são eficientemente poderosas para despertar os que ainda dormem em suas camas de medo, preguiça, desanimo, solidão e falta de fé.
  Fui saindo, aos poucos, daquela marola interior, deixando de lado minhas limitações e sendo contagiada pelos sons dos passos e das vozes. E assim que percebi que eles estavam se alimentando, despertei de vez, lembrando-me da fome que eu carregava em meu interior e que tivera ficado encoberta por horas sob a densa coberta do sono.
  Mas eu havia escutado os passos, as vozes e o som da alimentação sendo partilhada chegou aos meus ouvidos e me tirou do sono. Isso me colocou de pé num salto animado. Desci as escadas rapidamente, um pouco envergonhada pelo meu atraso, mas assim que o som dos meus passos se uniram aos dos meus companheiros, que me aguardavam, eu me senti no lugar certo, no momento certo e pude avançar em minha refeição, sem culpa.
  Enquanto comia, fui tomada por pensamentos e lembranças. Como se o cenário que me cercava tivesse sido retirado da minha frente. Vi um exercito.
  Sim, há um exército que acordou cedo, pisa firme sobre a Terra, marchando. Sua boca é como de trombeta, anunciando que a refeição que acaba com a desnutrição espiritual, já está servida e é abundante.  
  Este exército compartilha do Pão que recebeu e fortalece os famintos, a fim de que todos se tornem fortes guerreiros, para que possam marchar juntos.
  Em seguida fui levada pelos meus pensamentos, de volta àquele quarto escuro de minha memória, quando a escuridão era o que me cercava. Vislumbrei-me deitada em minha cama do desespero onde permaneci por 17 anos. 
  Vivi ali, desnutrida, faminta, mas completamente amortecida e anestesiada. A sonolência me impediu de perceber o tamanho de minha fome. Durante 17 anos foi assim. 
  Eu era uma jovenzinha muito frustrada. Cansada e adormecida. Não sabia que andava faminta. Não conhecia o tamanho de minha fome. Eu estava deitada na cama do medo e da dor. Cansada de viver, já aos 17 anos.
  Eu não podia saber naquele tempo, mas andava cansada da morte e não da vida. Eu estava morta. Deitada em minha jazida do desanimo e do cansaço, eu já cheirava mal e esfarelava, quando uma Luz invadiu meu sepulcro, me visitou, me desenrolou dos panos da morte, me deu alimento farto e enfim, me fez a pergunta: Quer sair daqui? 

  EU ME VI NELE E ESTAVA VIVA

  E eu olhei em volta, me vi sem os panos da morte, nos quais permaneci enrolada durante tantos anos, vi também que o sepulcro escuro, agora era reluzente como uma cidade de ouro, meu coração batia forte dentro do peito, me inspirando em novos ritmos. Olhei fundo nos olhos da Luz e me vi refletida neles e a imagem que vi de mim mesma, era iluminada, feliz, viva e livre. Ali, refletida Nele, vislumbrei minhas asas. Eu havia recebido asas, mas ainda não podia imaginar que elas serviriam de fato para o voo, imaginava, naquela época, que minhas asas eram apenas um adorno caprichado do meu Pai. Eu não poderia entender a sua real função naquele tempo.
  Mas isso não importava. Eu estava viva. "She's Alive!" (Ela vive!) Era o que diziam, apontando para mim, nas ruas. E eles estavam certos. Eu estava viva, após 17 anos de sono profundo!

  VOCÊ JÁ RESSUSCITOU?

  A semente do trigo pode voar por ai, desfilando sua cor dourada pelos ares, mas se ela deseja marcar o seu mundo e gerar frutos, ela precisará morrer naquela Cruz, junto com Aquele que teve coragem e amor, transbordantes, para fazer isso por todos nós. Jesus, é o Seu nome!
  Seu nome corre em minhas veias, pois o meu sangue ficou todo naquela cruz. Morri com Ele. Por isso, com Ele também ressuscitei (Como está escrito no livro de Romanos capítulo 6, verso 8, na Bíblia).
  Morri com Ele e foi ai que passei a viver. Minha dor? Morreu lá! Meu sono profundo? Morreu lá! Meu medo? Morreu lá! Hoje sou nova criatura. Ressuscitada, da terra dos mortos.

  VIDA... EM ABUNDANCIA

  Vidaaaa, em abundanciaaaa: Esse era o som da minha nova respiração. Eu estava VIVA. De pé. Em plenitude. E em Paz.
  J_E_S_U_S me deu o que estava perdido, Ele me devolveu o que tinha sido roubado. Me restituiu em dobro a vida que danificaram ao longo dos anos.
  Eu não sei viver sem fé. Ele me colocou de pé. Eu fui livre para atravessar a ponte. E o novo horizonte foi descortinado aos meus olhos e ao meu coração.  
  Hoje o pote de ouro, no fim do arco íris, se transformou em algo palpável. Alcancei incontáveis "impossíveis". Sou livre para alcança-los, a cada abrir e fechar de olhos.
  Quer tentar? Vem comigo descobrir o impossível em Deus! Vamos juntos! Mochileiros viajantes da Terra amam a companhia de outros mochileiros da Terra. Vamos juntos? Até onde e até quando Deus soprar, vamos?
  O som da trombeta soou e eu fui despertada. Me pus de pé. Alimentei-me, marchei e anunciei, unindo-me ao meu exercito. Vem comigo?
  O dia acabara de começar e eu já havia aprendido tanta coisa, sentada ali, naquele refeitório, junto com os meus parceiros pesquisadores de golfinhos! 
  Enquanto me alimentava, lembrei-me do que vivi e aprendi com Ele, estava satisfeita pela história que tínhamos escrito juntos, mas eu mal podia imaginar o que estava pela frente!  (CONTINUA...) 

Mari Brilho

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