O Brilho da Palavra

O Brilho da Palavra

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

COMO UM RIO QUE BUSCA O MAR...

Às vezes sabemos que devemos fazer alguma coisa, temos uma leve linha que nos conduz em nossa mente e coração, mas com nossa lógica racional nem sempre conseguimos justificar, nem prever o inicio, meio e fim desta pequena jornada.

Neste cenário temos (no mínimo) duas opções:
Primeira: Ignoramos o rio em nosso interior por não conseguirmos prever racionalmente todas as partes do percurso, ou;
Segunda: Seguimos a onda que invadiu nosso ser, mesmo sem ter todas as respostas, mesmo sem saber todos os "porquês" e os "comos" desta chama ardente.

Decidimos por fé e não porque o projeto é muito bem arquitetado racionalmente. Decidimos por obediência e confiança Naquele que nos chamou.

Tendo o rio como exemplo, acredito que a ele não são explicadas todas as curvas e quedas que deverá seguir até encontrar o oceano, ele mal pode ver a luz, quando surge de dentro das pedras e minas, ele nunca poderia prever o trajeto de suas águas, mas uma vez que ele surge, como gota ainda, de dentro da pedra, ele sente que precisa sair da gruta, alcançar o mar, conhecer desertos às vezes, abastecer cidades, abrigar peixes e algas, alimentar famílias, hidratar plantas e atmosferas,  refletir a imensidão do céu e seguir, sem parar, até encontrar o oceano.

Corro para o abraço do meu Oceano, almejo e busco encontra-lo. Deus é o meu Oceano. E tudo o que faço enquanto sigo meu caminho, é servir, assim como o rio.

Hoje não sei ao certo o que ouço, mas o som das muitas águas me impulsiona a dizer sim para os próximos metros e obedecendo esta Voz, me lanço nas águas deste rio e eu sou o rio, seguindo em busca do meu Oceano desejado.

Nem sempre faz sentido. Nem sempre é justificável. Eu só sei que sei e por isso sigo.

Como quem segue uma estrela brilhante no meio da noite, ou como quem segue um homem sentado em jumento numa manhã de festas, como quem bebe o melhor vinho no fim de um casamento, como quem vê um sábio ser crucificado como imprudente.

Assim como Pedro seguiu sobre as ondas do mar, obedecendo um chamado sem nenhuma justificativa lógica, eu me atrevo a me manter caminhando, não apenas de pé, sem cair, mas avançando.

Ouço Ele me chamar no meio da tormenta e Sua voz me diz: Vem. E então a tempestade do mar revolto, ou a improbabilidade de que eu seja capaz de andar sobre as águas, já não são mais o meu foco, meu foco é a chama ardente em meu coração anunciando: TUDO É POSSIVEL AO QUE CRÊ! (Marcos 9:23) e ao fundo vejo os olhos Dele me admirando docemente e ansiando minha proximidade com Ele, então me diz: "Vem!"

Sua voz corta o ar, despedaça as gotas de chuva, ultrapassa os meus ouvidos e chega direto ao meu coração.
"VEM."-Diz Ele.
E o que você responderá?

Como quem segue uma estrela brilhante no meio da noite, ou como quem segue um homem sentado em jumento numa manhã de festas, como quem bebe o melhor vinho no fim de um casamento, como quem vê um sábio ser crucificado como imprudente.
 
Assim, sem fazer muito sentido, eu obedeço ao meu rio e inicio meus textos. Da mesma forma, sem prever ao certo o teor de minha fala, inicio meu discurso. Sem saber ao certo como seria meu percurso e nem o motivo pelo qual deveria percorre-lo, iniciei minha jornada, quando respirei pela primeira vez neste mundo.

Quando nasci eu mal podia abrir meus olhos, mas eu  ouvia o som do meu coração batendo em meu peito e sabia que precisaria fazer dele morada do Rio que me impulsionava a viver.

Estou viva por isso. Porque obedeci ao chamado do Oceano. E agora como rio incansável, percorro meu caminho aos braços deste Mar.


#nemsemprefazsentido #sigoporquesinto #omarmeespera

Mari Brilho

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